domingo, março 04, 2007
Vida de pingüim
A Folha de S. Paulo estampa neste domingo 4 de março um primor de editorial, "Vida de pingüim". Geralmente, o grande público não lê editoriais, que é a posição do jornal sobre temas candentes da conjuntura; de vez em quando dou uma olhada, dependendo do tema leio, e leio também até por ossos do ofício.
Este é modelar. Ele parte de uma fala do presidente Lula, que encaixou um comentário entusiasmado sobre o documentário francês "A marcha dos pingüins" na conversa que teve com os jornalistas em uma coletiva, aparentemente descontextualizada. O jornal usa a referência aos pingüins como metáfora para comentar a vacilante marcha do governo Lula.
No editorial se explica que a marcha do pingüim-imperador é para cumprir seu ciclo reprodutivo e observa que é o macho que tem que cuidar para que o ovo não toque, em nenhum momento, no chão gelado, e assim o carrega nas patas, o que dificulta sua marcha. Relacionando com a marcha de Lula nesse segundo governo, observa que ele "vê-se obrigado a manter, em sua vacilante marcha, um número excessivo de ovos sob o calor e a proteção da máquina estatal". Concretiza em seguida o alcance da metáfora: "Incapazes de sobreviver ao contato da terra nua, partidos e facções os mais diversos disputam lugares no futuro ministério. Do PP de Paulo Maluf ao PT de Marta Suplicy, amontoam-se todos, como podem, debaixo do pingüim-imperador."
E termina a peça, que girou toda em torna da metáfora feliz do pingüim e seus ovos e sua marcha: "É a dura luta pela sobrevivência. Enquanto isso, o governo Lula mal consegue andar em frente. Tem um longo caminho até o fim do mandato, contudo. Não é fácil, repita-se, a vida de pingüim."
Este é modelar. Ele parte de uma fala do presidente Lula, que encaixou um comentário entusiasmado sobre o documentário francês "A marcha dos pingüins" na conversa que teve com os jornalistas em uma coletiva, aparentemente descontextualizada. O jornal usa a referência aos pingüins como metáfora para comentar a vacilante marcha do governo Lula.
No editorial se explica que a marcha do pingüim-imperador é para cumprir seu ciclo reprodutivo e observa que é o macho que tem que cuidar para que o ovo não toque, em nenhum momento, no chão gelado, e assim o carrega nas patas, o que dificulta sua marcha. Relacionando com a marcha de Lula nesse segundo governo, observa que ele "vê-se obrigado a manter, em sua vacilante marcha, um número excessivo de ovos sob o calor e a proteção da máquina estatal". Concretiza em seguida o alcance da metáfora: "Incapazes de sobreviver ao contato da terra nua, partidos e facções os mais diversos disputam lugares no futuro ministério. Do PP de Paulo Maluf ao PT de Marta Suplicy, amontoam-se todos, como podem, debaixo do pingüim-imperador."
E termina a peça, que girou toda em torna da metáfora feliz do pingüim e seus ovos e sua marcha: "É a dura luta pela sobrevivência. Enquanto isso, o governo Lula mal consegue andar em frente. Tem um longo caminho até o fim do mandato, contudo. Não é fácil, repita-se, a vida de pingüim."