quarta-feira, abril 11, 2007

 

Do lado do dono da voz

Nesses dias me chamou atenção declaração do ministro do Planejamento Paulo Bernardo, em cruzada pela regulamentação do direito de greve no serviço público (leia-se dificultar, limitar, impedir...), quando foi questionado sobre a coerência com seu passado de sindicalista. Ele lembra que, nos tempos de sindicato, preocupava-se com acategoria que representava. "Agora sou ministro e tenho que defender quempaga imposto".
Creio que essa declaração dá bem a medida da prática sindical dessa gente, que quando está do outro lado não se peja de ir contra os interesses e direitos da categoria. É tudo uma atitude de grupo, de defender com quem você está, ou até quem te paga, e não uma questão de consciência, de estar do lado que você acredita, com as idéias que você compartilha. Porque esteja de que lado estiver tem sempre "quem paga imposto". Não é porque você vai para um lado ou outro que a razão vai com você.
Mas com esses sindicalistas não há um pensamento enraizado, uma razão esclarecida, há o sentimento de manada, do corporativismo mais deslavado. E dos interesses de sempre.Isso vemos toda hora onde estamos. Quanta gente que apóia o que apoiamos, vota o que votamos, só porque calha de estar em determinada circunstância junto de nós, e nada mais. Basta, assim, que assuma, por exemplo, um cargo no governo que já vai fazer como o ministro. Essas pessoas não mudam; simplesmente sempre foram assim. É que antes não precisaram assumir-se assim. Lula também atuou assim, e tantos outros.
São os cães e o dono da voz.

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