segunda-feira, novembro 19, 2012

 
Poxa, ainda posso postar neste blog, que esteve abandonado esses anos todos!

sexta-feira, dezembro 21, 2007

 

A história se repete: Feliz Natal!

Todo ano a história se repete. Todo ano queremos nos dar uma nova oportunidade, de esperança, de congraçamento, de qualquer coisa. Queremos nos renovar, essa é a verdade. Todo ano.
Todo fim de ano e começo de ano. As duas pontas dos projetos e dos sonhos se encontram. Por um lado, é o fim de um período, em que de relance lançamos um olhar ao que passou, para fazer um rápido balanço, checar algumas coisas, algo feito, concluído, conseguido, alguma coisa que ficou no caminho, alguma coisa que tinha que ficar no caminho. Mas, por outro lado, lançamos um olhar para a frente, para o que virá, para o que queremos que venha.
Mesmo que não tenhamos feito muito, não dá para ficar acabrunhados, porque já estamos diante do que virá. Temos oportunidade de corrigir, de pelo menos alimentar boas intenções. E isso é o mais importante, porque a vida não é um livro de contabilidade, com colunas de perdas e de ganhos. A vida é muito mais que isso.
Todo final de ano o espírito que nos envolve — muito além do natalino e dos consumismos que nos são impostos — é esse da vida, da esperança que queremos manter viva, da mão estendida que gostaríamos que permanecesse estendida e de todos esses sentimentos, muitas vezes piegas, que todas as mensagens transmitem. É a vontade de acertar que se expressa. É uma energia, humana, que se transmite. É o contato que se revigora.
É o iceberg que de vez em quando emerge no mar de nossas vidas. Seria bom que fosse menos previsível e fizesse mais estragos. Que nos balançasse, que nos estremecesse mais além das palavras.
Que fôssemos mais além das palavras, com todas as nossas imperfeições. Mas com todas as nossas vontades de acertar.
Boas festas e bom ano para todos.

quarta-feira, abril 11, 2007

 

Do lado do dono da voz

Nesses dias me chamou atenção declaração do ministro do Planejamento Paulo Bernardo, em cruzada pela regulamentação do direito de greve no serviço público (leia-se dificultar, limitar, impedir...), quando foi questionado sobre a coerência com seu passado de sindicalista. Ele lembra que, nos tempos de sindicato, preocupava-se com acategoria que representava. "Agora sou ministro e tenho que defender quempaga imposto".
Creio que essa declaração dá bem a medida da prática sindical dessa gente, que quando está do outro lado não se peja de ir contra os interesses e direitos da categoria. É tudo uma atitude de grupo, de defender com quem você está, ou até quem te paga, e não uma questão de consciência, de estar do lado que você acredita, com as idéias que você compartilha. Porque esteja de que lado estiver tem sempre "quem paga imposto". Não é porque você vai para um lado ou outro que a razão vai com você.
Mas com esses sindicalistas não há um pensamento enraizado, uma razão esclarecida, há o sentimento de manada, do corporativismo mais deslavado. E dos interesses de sempre.Isso vemos toda hora onde estamos. Quanta gente que apóia o que apoiamos, vota o que votamos, só porque calha de estar em determinada circunstância junto de nós, e nada mais. Basta, assim, que assuma, por exemplo, um cargo no governo que já vai fazer como o ministro. Essas pessoas não mudam; simplesmente sempre foram assim. É que antes não precisaram assumir-se assim. Lula também atuou assim, e tantos outros.
São os cães e o dono da voz.

domingo, março 18, 2007

 

Usando a imprensa

Lula, em sua arrastada reforma ministerial, explicita seu jogo do dá cá toma lá. Sua reforma se resume a uma dança das cadeiras partidária. Com as respectivas mancadas. Para a Agricultura, na cota do PMDB, indicou o deputado Odílio Balbinotti, grande empresário da soja no Paraná, que tem culpa no cartório. Para aliviar a situação, depois que a indicação não teve uma aceitação geral, e a imprensa começou a levantar os problemas que o deputado ainda tem com a Justiça, com falsidade ideológica sendo uma dos crimes mais leves, Lula pediu 48 horas ao PMDB para decidir sobre a indicação. Como se aproximava um fim de semana, falou que aguardaria o nociciários dos jornais e das revistas para se definir. Era uma forma também de dar oportunidade a que o próprio indicado declinasse o pedido. O que acabou acontecendo.
A imprensa cumpriu com o seu papel, levantando a história do deputado.
Lula buscou usar a imprensa para se corrigir.
Quando a imprensa não serve ao poder, se articula toda uma campanha de pressão, como aconteceu durante o processo eleitoral do ano passado. Mesmo que a mesma imprensa também tenha suas culpas em cartório.

 

Visita de Bush ao Brasil



domingo, março 04, 2007

 

Vida de pingüim

A Folha de S. Paulo estampa neste domingo 4 de março um primor de editorial, "Vida de pingüim". Geralmente, o grande público não lê editoriais, que é a posição do jornal sobre temas candentes da conjuntura; de vez em quando dou uma olhada, dependendo do tema leio, e leio também até por ossos do ofício.
Este é modelar. Ele parte de uma fala do presidente Lula, que encaixou um comentário entusiasmado sobre o documentário francês "A marcha dos pingüins" na conversa que teve com os jornalistas em uma coletiva, aparentemente descontextualizada. O jornal usa a referência aos pingüins como metáfora para comentar a vacilante marcha do governo Lula.
No editorial se explica que a marcha do pingüim-imperador é para cumprir seu ciclo reprodutivo e observa que é o macho que tem que cuidar para que o ovo não toque, em nenhum momento, no chão gelado, e assim o carrega nas patas, o que dificulta sua marcha. Relacionando com a marcha de Lula nesse segundo governo, observa que ele "vê-se obrigado a manter, em sua vacilante marcha, um número excessivo de ovos sob o calor e a proteção da máquina estatal". Concretiza em seguida o alcance da metáfora: "Incapazes de sobreviver ao contato da terra nua, partidos e facções os mais diversos disputam lugares no futuro ministério. Do PP de Paulo Maluf ao PT de Marta Suplicy, amontoam-se todos, como podem, debaixo do pingüim-imperador."
E termina a peça, que girou toda em torna da metáfora feliz do pingüim e seus ovos e sua marcha: "É a dura luta pela sobrevivência. Enquanto isso, o governo Lula mal consegue andar em frente. Tem um longo caminho até o fim do mandato, contudo. Não é fácil, repita-se, a vida de pingüim."

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